sábado, 4 de fevereiro de 2012

HIStory: o álbum mais pessoal de Michael Jackson


Em 1995, Michael Jackson volta a cena musical após escândalos e processos e lança para o mundo um álbum com músicas tanto auto biográficas quanto sentimentais
O álbum se trata de um disco duplo, contendo um livreto como encarte constando todas as realizações e prêmios de Michael, bem como fotos e desenhos do cantor, letras de algumas canções e depoimentos de famosos a respeito do artista.
No primeiro disco, destaca-se as 15 músicas de maior sucesso de Michael até aquele ano, uma espanada nos clássicos Off The Wall, Thriller, Bad e Dangerous. Já no disco dois, são 15 músicas inéditas e bem pessoais em relação à vida e carreira de Michael.
O fato de o álbum ser tão pessoal já nota-se no título. O destaque das letras H, I e S na palavra HISTORY tem duplo sentido, já que em inglês “his” significa “dele.” O que pode ser interpretado como “história dele” ou “sua história.” 
Abaixo segue a listagem das faixas inéditas lançadas no álbum e o porquê de serem consideradas autobiográficas de Michael Jackson:

01. Scream (duet with Janet Jackson)
Composição: Michael Jackson / Janet Jackson / James Harris III / Terry Lewis

Na letra da primeira faixa do álbum (“Gritar”, em tradução literal), Michael e sua irmã Janet desabafam a respeito de injustiças e mentiras que são divulgadas pela imprensa e mídia em geral, as quais tem como único objetivo desolar e destruir um alvo humano. Janet aparece mais como forma de apoio ao irmão para gravar um clipe futurístico espacial dentro de uma nave, com uma coreografia estonteante e passos que só Michael Jackson faz,
o que tornou o vídeo clipe o mais caro do mundo, com um orçamento de 7 milhões de dólares. “Cansado de injustiças, cansado de tramas, me derrubaram com chutes, tenho que me levantar” são trechos da música, que também estrela a primeira vez que Michael fala palavrão em uma canção.


02. They Don’t Care About Us
Composição: Michael Jackson

Talvez logo ao término das negociações de abuso sexual em 1993, Michael deve ter notado como a mídia em geral tinha tanta coisa pra se preocupar, como pobreza, fome, violência, abuso de autoridade entre tantas outras gravidades, porém cismavam em comentar sobre o processo, sobre o acordo, sobre as acusações, sobre provas inventadas para incriminá-lo.
Ele já havia citado isso em “Why You Wanna Trip On Me”,
em Dangerous, quatro anos antes,
porém de repente tudo ficou mais pesado. 
Em They Don’t Care About Us (“Eles não ligam pra gente”, em tradução livre) Michael acusa a violência policial livre entre as populações menos favorecidas, o descaso da política em relação a todos estes problemas e ainda cita o ex-presidente Roosevelt e o ativista político defensor dos negros Martin Luther King, cantando que “se Roosevelt e Martin Luther estivessem vivos, eles não deixariam isso acontecer.” Michael fez duas versões do vídeo clipe, uma representando um prisioneiro em uma cadeia e o outro com cenas gravadas na favela do Rio de Janeiro e no Pelourinho na Bahia, com a percussão do grupo brasileiro Olodum.


03. Stranger in Moscow
Composição de: Michael Jackson

Nesta letra, Michael passa a seus fãs e ao público a sensação de solidão no qual se encontra durante os dias de sua vida devido a fama. No clipe, Michael sente-se sozinho mesmo com tantas pessoas a seu redor. Certa vez, Michael comentou sobre esta canção. “Um dia, estava em um hotel de Moscou e, mesmo com milhares de fãs na porta do hotel gritando meu nome, sentia um vazio enorme dentro do quarto.” Eis o porque do título da canção. (“Estranho em Moscou”)


04. This Time Around
Composição: Michael Jackson / Dallas Austin / Bruce Swedien / Rene Moore

Música dirigida em especial às acusações de 1993, em This Time Around (“Desta vez”, em tradução livre) Michael canta, em parceria com o rapper Biggie Smalls, como certas pessoas tentam destruí-lo e acusá-lo falsamente, mesmo tendo se passado por amigos com aparentes intenções de querer ajudá-lo. “Desta vez, não me trate como lixo, pois você não pode me controlar, você sabe que não.”


05. Earth Song
Composição: Michael Jackson

Earth Song (“Canção da Terra”) é a música ambientalista que transparece a preocupação de Michael Jackson em relação ao planeta devido acontecimentos como desmatamentos, aquecimento global, guerras e queimadas florestais. No clipe filmado em Nova York, Michael canta decepcionado com o planeta em meio a tocos de árvore queimados e solo erosivo. As filmagens aconteceram na floresta amazônica no Brasil, Croácia e Tanzânia, com nativos de cada região, e não atores. A floresta em que Michael canta é fictícia. Na bridge e ao fim da canção, Michael entona “eu antes sonhava, viajava além das estrelas, agora nem sei onde estamos, só sei que fomos longe demais! Como fica o ser humano, o que me diz de morte? A gente ao menos dá a mínima?”


06. D.S.
Composição: Michael Jackson

D.S. (abreviação de Dom Sheldon, máscara que esconde o título original “Tom Sneddon”) é um ataque cru e direto ao promotor Thomas Sneddon do Distrito de Santa Bárbara, o qual emitiu um mandato para que se tirassem fotos do corpo nu de Michael Jackson, no intuito de encontrar evidências que batessem com as declarações do garoto acusador. Além disso, Tom Sneddon também é acusado de forjar evidências para levar Michael Jackson a prisão, no julgamento de 2005. Na letra do encarte, o refrão consta como “Dom Sheldon e D.S. Sheldon” sendo que na verdade Michael canta “Tom Sneddon e Thomas Sneddon”, além de ir a frente acusando o promotor de conspiração, racismo e antiética. “Ele andou mandando cartas pro FBI? Ele disse ‘faça isso ou morra’?”


07. Money
Composição: Michael Jackson

Após falsas acusações de abuso, gente interesseira ao seu redor e amigos falsos querendo seu dinheiro, Michael nunca se sentiu tão inspirado para criar uma música que falasse disso. Em Money (“Dinheiro”), Michael cita ganância, gula, luxúria, mentiras, falsidade e todo o resto que transforma as pessoas para que consigam dinheiro e fortuna. No refrão da canção, Michael entona “Qualquer coisa por dinheiro, mentiria por você, morreria por ele, até venderia a alma ao diabo.”



08. Come Together
Composição: John Lennon / Paul McCartney

Versão original sendo dos Beatles, escrita por John Lennon e Paul McCartney, Come Together (“Venha junto”, em tradução literal) talvez seja a única música de HIStory que não tenha significado próprio a Michael Jackson, a não ser a velha vontade de que o cantor tinha de incluir sua versão em um álbum desde o lançamento do filme Moonwalker, em 1988, aonde Michael interpreta a música no palco. Em 1990, foi dito que Michael lançaria um álbum coletânea chamado Decade, e que Come Together estaria inclusa, porém a idéia foi engavetada, dando origem ao álbum inédito Dangerous, de 1991.


09. You Are Not Alone
Composição: R. Kelly

Nesta canção recordista (primeira a ser lançada já em primeiro lugar no ranking da Billboard) chamada You Are Not Alone (“Você não está sozinho(a)”, em tradução livre), imagina-se quantas vezes Michael deve ter dito esta frase a si mesmo durante a tortura das acusações de abuso sexual dois anos antes, em 1993. Com uma entonação melódica e romântica, Michael canta “você não está sozinho, eu estou aqui com você, embora você esteja longe, eu vim para ficar.” No clipe que acompanhou o single, Michael aparece com a sua então esposa Lisa Marie Presley. A música tem muito a ver com o cantor, embora não tenha sido composta por ele, e sim pelo astro do R&B R. Kelly, o qual viria a compor para Michael os futuros sucessos Cry e One More Chance.


10. Childhood
Composição: Michael Jackson

Com grande chance de ser a música mais tocante e auto biográfica de toda sua carreira, em Childhood (“Infância”) Michael lamenta a infância perdida devido a fama e ao trabalho árduo desde criança. Com crianças voando em barcos voadores e brincando em solo no vídeo clipe, Michael encontra-se solitário sentado em uma rocha enquanto canta “antes de me julgar, tente me amar. A dolorosa juventude que eu tive. Você viu minha infância por aí?”


11. Tabloid Junkie
Composição: Michael Jackson / James Harris III / Terry Lewis

Algo que assola a vida de Michael desde que se tornou o maior astro do mundo é sem dúvida a imprensa marrom, aquela composta por pessoas que se auto intitulam jornalistas porém seu único trabalho é mentir e publicar invenções pejorativas a respeito de celebridades. Em formatos conhecidos como tablóides, Michael Jackson foi o artista mais atacado por este tipo de imprensa. Claramente, durante as acusações, Michael foi apedrejado por estas pessoas, tendo seu nome envolvido em mentiras e invenções absurdas a cada dia de sua vida. Na letra de Tabloid Junkie (“Tablóides lixos”, em tradução livre), Michael inclusiva cita a Princesa Diana, que veio a falecer em um acidente causados por paparazzi, e canta no refrão:
“só porque você leu na revista ou viu na TV não significa que seja real, embora todos queiram acreditar naquilo.”


12. 2 Bad
Composição: Michael Jackson / Bruce Swedien / Rene Moore / Dallas Austin

Em 2 Bad (“Muito ruim”, em tradução literal, mas encarado popularmente no Brasil como “Que pena”), Michael se dirige a todos em geral que tentam destruí-lo, desde os acusadores até os jornalistas. Com um rap estrelado pelo jogador de basquete Shaquille O’Neal, a letra segue “que pena, por que você não grita e berra? Estou de volta aonde sempre quis estar, de pé embora você continue me chutando!”


13. HIStory
Composição: Michael Jackson / James Harris III / Terry Lewis

Música título do álbum, em HIStory (“História”) Michael canta em especial sobre as guerras, comenta sobre soldados, liberdade, bravura e determinação, com discursos de fundo de acontecimentos históricos como o nascimento de Martin Luther King, a queda do muro de Berlim, o primeiro vôo realizado etc. “Um soldado morre, uma mãe chora, a promessa brilha nos olhos de um bebê. Todas as nações cantando, vamos trazer harmonia a todo o mundo.”


14. Little Susie
Composição: Michael Jackson

Nesta canção, uma das mais misteriosas e enigmáticas da carreira de Michael, a letra conta sobre uma garotinha que vivia sozinha sem amigos, porém após uma queda das escadas ela vem a falecer, e somente em seu enterro é que as pessoas aparecem com comentários até que hipócritas sobre a tragédia. Alguns acreditam que a pequena Susie da canção é o próprio Michael, outros que a canção é um tributo a verdadeira Susie, a garotinha que cometeu suicídio em casa após seus pais a terem abandonado, na Itália. “Ninguém se importava, apenas em amá-la,
uma queda das escadas, oh, o sangue em seus cabelos.”


15. Smile
Composição: Charlie Chaplin / John Turner / Geoffrey Parsons

Nesta canção que esbanja voz e talento, Michael canta e encoraja o ouvinte a sorrir, embora o coração venha a doer em certos momentos tristes da vida. A música original data de 1936, de Charlie Chaplin, um ídolo do astro.


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