segunda-feira, 9 de julho de 2012

Três Dias nos Bastidores com Michael Jackson


Você deve saber que Michael Jackson veio a Washington para receber um prêmio pelos seus esforços humanitários em todo o mundo, particularmente na África, das esposas dos embaixadores africanos na embaixada da Etiópia. Naquela época, Michael já havia doado mais de 320 milhões de dólares para várias instituições de caridade, além de manter um número realmente grande delas sozinho. Quando souberam que ele estava vindo, membros do congresso estavam empolgados para recebê-lo no Capitólio. Funcionários do governo juntaram-se aos montes na esperança de um relance ou um autógrafo de Michael.


Quando eu caminhava pelo hall acompanhada pela alta e elegante congressista Carolyn Kilpatrick, as pessoas olharam para mim como se perguntassem: “Quem é você? Como conseguiu a chance de entrar?”. Na verdade, o pessoal de Michael me convidou. Seria a primeira vez em que eu o encontraria. Aliás, não... A primeira vez em que vi Michael foi na primeira apresentação dos Jackson 5 em Chicago. Ele tinha 6 ou 7 anos e ele era uma coisinha carregando uma grande bateria.

A portas fechadas, os congressistas estavam ficando ansiosos, porque sabiam que Michael estava numa sala de espera em algum lugar do prédio. Sheila Jackson Lee, Corrine Brown, William Lacy Clay, Gregory Meeks, Bobby Rush, John Lewis, Jesse Jackson Jr, e Bobby Scott tinham 10 minutos para votar num projeto de lei. Havia muito interesse e murmúrio entre eles todos: “Como poderemos encontrar Michael em 10 minutos? Quando ele virá? Como poderemos votar em 10 minutos e voltar? Não teremos tempo o suficiente para falar com ele?”.

A assistente-chefe de Chaka, Deborah, estava ocupada correndo para lá e para cá, tentando trazê-lo, mas imaginando que não daria certo. Então, quando ela contou a Michael do dilema, ele disse para eles irem votar tranquilos, que ele esperaria. Que alívio!

Há um metrô do prédio do escritório para o Capitólio. Quando Michael finalmente entrou, eles se amontoaram à sua volta, como crianças ao redor de um caminhão de sorvete. Ele sentou à mesa de Fattah e leu seu discurso. Agradeceu a todos e disse que queria salientar que 9.000 pessoas estão morrendo de AIDS na África por dia. Ele queria nos conscientizar de que temos o privilégio de ter água corrente e banheiros, o que não existe em muitos lugares, e que existem milhões de pessoas morrendo de fome e de doenças. Ele prometeu fazer tudo que pudesse para arrecadar fundos para a África.

Finalmente, eu o conheci. Não sei o que seu pessoal falou a meu respeito antes, mas ele me abraçou duas vezes e foi muito calmo e cordial com todos.

Na noite seguinte, o presidente da BET (Black Entertainment Television), Bob Johnson, e a vice Debra Lee deram uma recepção para Michael e cerca de 250 convidados na casa de Debra. Mais uma vez, todos estavam ansiosos. Eles o esperavam enquanto ele estava numa sala de espera para receber certos convidados, especialmente de Ruanda. Grace Rwawamba, tida como o braço direito e esquerdo de Michael (conselheira, não a babá das crianças) é de Ruanda. Ela está extremamente a par do genocídio que ocorre lá há anos. Uma de suas maiores preocupações é com relação às mulheres, cujos filhos foram mortos ou foram estupradas por homens Hutu com vírus da AIDS, não só infectando-as mas também mutilando-as. Grace, que é muito bonita e graciosa, está chamando atenção para esse terrível sofrimento através de Michael.

Disseram que ele estava cansado e por isso descansando após a recepção, mas sei que Michael estava recebendo convidados especiais de Ruanda na suíte de Debra. Depois, ela e Bob fizeram um discurso dizendo que eles o apoiavam, porque, quando a MTV era “o lugar para vídeos exclusivos”, Michael não permitiu que seu vídeo fosse exclusivo da MTV. Ele foi o primeiro grande artista a se apresentar e receber uma estrela na Calçada da Fama da BET, há 10 anos, e contribuiu com 2 milhões de dólares para a instituição de caridade favorita de Bob Johnson, a UNCF.

Mais tarde, Michael recebeu todos os convidados e até mesmo os ajudantes (cerca de 250 pessoas). Ele cumprimentou um por um, tirou algumas fotos e estava visivelmente feliz por receber amor de toda aquela gente de Washington. Era impressionante ver aqueles multimilionários e celebridades na fila para apertar a mão de Michael, como se ele fosse o néctar dos deuses ou algo parecido. Ninguém falou de seus problemas legais enquanto ele esteve em Washington.


Na noite seguinte, houve a recepção africana, que começou com uma hora e meia de atraso. O carro de Michael havia sido bombardeado por paparazzi. Quando ele chegou, os convidados que já estavam zangados e cansados de esperar, ficaram em êxtase. Michael fez caretas e palhaçadas, enquanto estava na tribuna. Crianças das nações africanas se apresentaram para ele. Ele também tirou fotos enquanto um aglomerado de repórteres prestava atenção e filmava da sacada.

Agora adivinhe! Fiquei surpreso ao ver o Dr. Sebi, sua esposa e sua assistente, que estavam viajando com Michael. Você deve se lembrar do Dr. Sebi como o curandeiro que trata céus e terras com suas misturas musgosas. Eu quis saber se Dr. Sebi tinha uma dieta de saúde para Michael. “Ah, não”, disse Dr. Sebi, “Mike e eu estamos fazendo negócios. Michael come muito saudavelmente”.

Tiro o chapéu para Grace Rwaramba, para Raymone Bain, porta-voz de Michael, para sua organização e seguranças pelo trabalho maravilhoso. Essa viagem foi muito produtiva. Michael foi amigável, simpático e humano.

Por Jamie Foster Brown, traduzido por Daniele Soares
Mais fotos deste dia:


 

   


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