quinta-feira, 22 de março de 2012

LIVRO: "Conspiração Michael Jackson by Afrodite Jones - PARTE 4 - capitulo 3 "



SHAKE IT, SHAKE IT, BABY”

“MEXA-SE, MEXA-SE, GAROTA”
Quando o julgamento começou, Michael, vestindo um terno branco com uma braceleira dourada, acenava e fazia o sinal da vitória para a multidão que o aplaudia calorosamente do lado de fora da Corte. Jackson possuía uma lista de celebridades que seriam potenciais testemunhas: Elizabeth Taylor, Macaulay Culkin, Stevie Wonder, Larry King, entre outros. A imprensa – com todas as suas redes de TV, revistas e jornais como New York Time e USA Today, se espremendo para conseguir os melhores ângulos e lutando por uma palavra de Jackson -, queria um comentário sobre como a estrela pop se sentia.
Todos queriam algum relato novo sobre Jackson, e, embora a mídia ansiasse pelo desfile de celebridades que ocorreria nos próximos meses, o maior foco estava em Michael. A imprensa esperava que ele agisse escandalosamente, dançasse em cima de seu SUV preto, dissesse algo louco que gerasse mais fofocas tabloidianas.
A NBC Network e seus canais de TV a cabo tinham construído uma plataforma de 146 metros para manter sua gigante equipe de repórteres, produtores e câmeras-men. Já a CNN contava com uma elaborada plataforma de mais de 2 metros na Rua Miller – localizada do outro lado da Corte -, dando-lhes uma ótima visão aérea do espetáculo de Jackson. O resto dos 2.200 credenciados da imprensa – incluindo repórteres das redes Fox, ABC e CBS – fazia suas transmissões de barracas improvisadas que ficavam nos arredores da Suprema Corte de Santa Maria, devidamente contidos por um cordão de isolamento. Em torno da imprensa havia um esquadrão anti-bombas e um verdadeiro arsenal escondido em carros da polícia – embora ninguém falasse muito sobre isso.
Os membros da mídia estavam se especializando em observar cada movimento de Michael, mas sabiam que ele estava especialmente calmo sentado à mesa da defesa. Pela expressão de certas pessoas, no geral, a imprensa pareceu desapontada ao ver um educado e relaxado Rei do Pop naquela ocasião. E completamente preparado para a primeira avaliação dos jurados.
Pela manhã, 170 pessoas tiveram sua atenção focada em Jackson e em seus quatro representantes legais. Michael sorriu para o grupo de professores, treinadores de futebol e estudantes – gente representando o “todo americano”, olhando com um grande interesse para o Rei do Pop. Ali estavam cidadãos comuns com suas famílias, que se encontravam na estranha posição de analisar Jackson não como uma estrela Pop, e sim como um possível criminoso. Ninguém esperava ver um dos clipes de Michael naquele tribunal, muito menos vislumbrar por um momento sua dança robótica; eles não estavam ali para isso.
Com a escolha do júri em andamento, muitos cidadãos apresentaram as mais variadas desculpas ao alegarem não dispor de tempo suficiente para a participação num caso que duraria 5 meses. Isto deixou o Juiz Melville irritado e o obrigou a fazer o seguinte pronunciamento: “A liberdade não é gratuita. O dever do júri é uma parte do custo da liberdade”.
No tribunal, Michael, o artista, não tinha nada a fazer senão se sentar calmamente e acompanhar com um olhar firme o decorrer do processo. As pessoas que tentavam se isentar do dever jurídico olhavam para o pop star ao se aproximarem da tribuna, estudando curiosamente o rosto de Jackson, como se estivessem tentando descobrir se ele era real. Conforme os selecionados iam narrando suas razões pessoais que os impediam de participar de um júri naquele momento, o tribunal se tornou um lugar monótono – o brilho de Jackson tinha ido embora.
Mas já que o resultado do caso é pensado desde a escolha dos jurados, os dois lados – acusação e defesa – estavam lutando e cada um tinha seu respectivo consultor de júri pronto para “atacar” certos tipos de jurados. Tanto a defesa quanto a acusação consideravam: o potencial de discrição do júri e se as pessoas estavam dispostas a participar do caso por razões tendenciosas ou financeiras.
Nos últimos dias de escolha do júri, os cidadãos que restaram pareciam intolerantes, já que, como a quantidade de possíveis jurados fora reduzida, cada pessoa era individual e minuciosamente entrevistada, sendo indicada a divulgar informações sobre sua vida e a responder se achava que poderia ser justa no julgamento e na aplicação da lei; também foram questionadas suas experiências pessoais com acusações criminais.
Enquanto isso, a imprensa debochava de Jackson ao fazer piada dos esforços que sua equipe de defesa deveria ter para selecionar um júri que favorecesse o cantor. Diziam que Michael e seus advogados teriam que encontrar 12 pessoas que vivessem em parques de diversões, que gastassem milhões de dólares em compras, e que mudassem sua aparência frequentemente – algo impossível de se conseguir. Embora estivessem lá diferentes repórteres e comentaristas, todos concordavam em um ponto: o júri não poderia ser composto de fãs de Michael Jackson. Para tornar o julgamento justo, a acusação se esforçava para eliminar fãs de Jackson do júri.
Sendo os jurados selecionados, a acusação parecia ter as cartas à seu favor. Não apenas os fãs de Michael haviam sido eliminados como também, por causa da demografia da cidade de Santa Maria – que era composta principalmente por caucasianos e latinos -, era mínima a probabilidade de sequer um afro-americano fazer parte do júri. A pequena Santa Maria, com seus 82 mil habitantes, era uma comunidade homogeneizada, um lugar que poderia ser “qualquer outro lugar dos Estados Unidos”. Com sua variedade de lojas, desde a “Toys R” e Applebee à Home Depot, parecia ser uma típica e isolada cidade suburbana.
Como foi considerado um grande desafio encontrar um júri adequado para o caso, Tom Mesereau teve que passar um tempo em Santa Maria antes do julgamento. Vestido com calça jeans e uma camisa casual, Mesereau sentava-se sozinho em alguns dos poços de água da cidade e conversava naturalmente com os moradores, lhes perguntando o que achavam do caso.
Mesereau tinha se tornado uma atração para o povo daquela cidade.
Enquanto batia papo com cidadãos, o advogado de defesa tinha a nítida impressão de que o povo de Santa Maria gostava de ter Michael Jackson como vizinho. Muitas pessoas o disseram que o cantor era considerado uma boa e agradável pessoa, e que quando ele foi morar naquela comunidade, foi algo bom para todos, especialmente para os mais criativos. Os moradores de Santa Maria pareciam ver Michael como um cara muito decente e honesto.
“Eles eram sempre brancos, caucasianos ou latinos. Acho que não vi um só negro em algum restaurante ou bar”, lembrou Mesereau. “Embora as pessoas de lá fossem muito conservadoras, conheciam bastante a lei. Pensavam que a mídia não iria relatar corretamente a sua independência. Eram pessoas que pareciam liberais, de certa forma”.
No final de tudo, Mesereau não se importava em ter um júri “pró-Jackson”, ele só queria jurados que tivessem uma mente aberta e justa. Quando foi à Santa Martinha ia, muito antes da seleção do júri começar, o advogado soube que Tom Sneddon “não era necessariamente confiável” para os habitantes da cidade.
“Parecia haver um forte sentimento de que Tom Sneddon estava se vingando de Michael Jackson, que poderia obscurecer o seu julgamento e imagem”, confidenciou Mesereau, “A palavra vingança foi muito usada. Eu senti que, quando a verdade viesse à tona, o júri saberia que Michael tem feito muito para promover causas de crianças de todo o mundo. Senti que quando soubessem sobre o sincero desejo de Michael de ajudar crianças necessitadas, as pessoas seriam muito receptivas.”.
Dias passaram-se e o júri estava quase completo, o julgamento prestes a começar. Ambos os lados estudaram as expressões faciais dos potenciais jurados e avaliaram cuidadosamente suas experiências pessoais. Mesereau, por exemplo, perguntou-lhes se acreditavam que crianças pudessem ser manipuladas por seus pais a mentir.

Potenciais jurados foram dispensados pela defesa, incluindo uma professora que lidava com problemas emocionais e tinha dificuldade de aprendizagem, e um homem que, por ser pesquisador de uma universidade, disse achar que réus num julgamento de alto perfil social “poderiam ter maiores chances de serem absolvidos” do que pessoas com menos prestígio. Já o promotor rejeitou uma ex-oficial de atendimento escolar que disse ter sido multada injustamente pelo patrulhamento de tráfico da Califórnia por excesso de velocidade, no entanto, as dispensas esquentaram quando a acusação rejeitou duas potenciais juradas afro-americanas. De todos os 240 candidatos, apenas 6 eram negros. Para Mesereau, a ideia de que a bancada não poderia ter um único jurado afro-americano tornou-se uma impressionante realidade.
“Senti que os promotores eram muito pobres de espírito quando se tratava da disputa”, diz Mesereau, “Eles acharam que a defesa estava desesperada por um jurado negro para pendurar o júri. Na minha opinião, eles foram muito arrogantes ao acreditarem que não poderiam perder esse caso. Enquanto selecionávamos o júri, duas mulheres afro-americanas foram dispensadas e eu decidi me aproximar da tribuna, fazendo objeções constitucionais, alegando que aquelas mulheres estavam sendo rejeitadas por causa de sua raça. Mas o juiz anulou as minhas objeções”.
Mesereau teria gostado muito de ter um negro na bancada do júri, mas o advogado de defesa sentiu que aquilo não seria realmente necessário. A disputa era algo que sempre o preocupava, já que Mesereau tinha dado uma grande força à comunidade afro-americana. No entanto, ele não estava procurando um jurado negro para ajudar o seu lado no caso. O que o advogado queria era uma vitória completa, e quando aceitou ter um júri sem um jurado afro-americano, sentiu que aquilo era uma espécie de blefe de Tom Sneddon.
“Perguntar sobre um afro-americano no júri?”, Mesereau explica, “Eu não queria discutir essa questão naquele julgamento, porque sinto que Michael transcende as raças. Quando descobri o tipo de pessoa que Michael era, quando aprendi sobre a sua vida e seu mundo, concluí que ele tem uma qualidade muito rara, que é a de unir pessoas de todas as raças. Se você olhar para o pátio de sua casa, verá crianças de todos os continentes, de todas as cores e religiões vestindo seus trajes típicos.”.
Com o início do julgamento, o júri se tornou um grupo coeso de pessoas de diferentes raças, que se protegiam uns aos outros enquanto trabalhavam secretamente à sua maneira, passando por uma debandada de fãs e pela fúria da imprensa. Eles eram um grupo de 8 mulheres e 4 homens juntos à 8 jurados substitutos que assistiam ao julgamento – neste grupo de substitutos, estava incluído um jovem afro-americano. Era este pequeno número de cidadãos americanos que iria decidir a verdade por trás daquelas acusações feitas contra Michael Jackson. Muito se esperava deles e ninguém estava certo se este punhado de pessoas seria capaz de ser justo.
“As pessoas do meio de comunicação eram demasiadamente míopes ao mostrarem o seu ponto de vista em relação à este júri”, disse Mesereau, “A mídia ficava se perguntando: „Como é que estes jurados vão julgar Michael Jackson?‟. Mas eles nunca questionavam: „Como é que estes jurados vão julgar esta família de acusadores?‟”.
Voltando ao caso, o júri observou seriamente a família do acusador.
Mais tarde, quando uma breve conferência de imprensa foi feita após o veredicto, alguns dos jurados admitiram que a mãe de Gavin Arvizo, Janet, era uma testemunha-chave no caso de conspiração contra Michael, simplesmente não podia ser acreditada.
A jurada número 8, mãe de quatro filhos, deu a entender que a conduta de Janet Arvizo foi desnecessária. A jurada pareceu concordar com a imagem que a defesa fazia de Janet: uma vigarista que educou seus filhos para “arrecadarem dinheiro”. A jurada de 42 anos relatou à imprensa que questionou os valores de Janet Arvizo, afirmando: “Eu não gostaria que nenhum dos meus filhos mentisse para seu próprio ganho” em relação à viagem que ela e seus filhos fariam ao Brasil.
“Sobre a alegação da acusação de que Neverland era uma ilusão, uma espécie de armadilha monstruosa preparada por um pedófilo, eu achei ridículo, e nos a refutamos ao longo do julgamento”, Mesereau insistiu. “No final, as pessoas que se preocupam com crianças, que estão interessadas em ajudá-las, descobririam a verdade sobre Michael Jackson e saberiam que seus motivos eram muito nobres, honestos”.
Numa segunda-feira, dia 28 de fevereiro de 2005, as declarações iniciais começaram. Pela primeira vez, o juiz Melville leu as dez acusações contra o Sr. Jackson, que incluíam quatro acusações de abuso sexual infantil, quatro acusações de administração de álcool na intenção de cometer um crime, uma acusação de tentativa de abuso sexual e outra de conspiração. Cada lado apresentou seus argumentos, o duelo de imagens de Michael Jackson emergiu. A acusação começou chamando Jackson de predador sexual: já a defesa argumentou que Jackson fora presa fácil. Ambos os lados revelavam detalhes e inconsistências sobre o caso e, por fim, os jurados quiseram ouvir duas versões completamente contraditórias sobre o que alegavam ter acontecido na primavera de 2003 em Neverland, o rancho de Michael Jackson.
Cada lado foi ousado e descarado em suas reivindicações e cada um tentou fazer com que o caso parecesse plausível. O promotor queria que as pessoas acreditassem que Michael Jackson era um homem ruim, que tinha uma agenda sexual por trás de sua relação com as crianças Arvizo. Já a equipe de defesa queria mostrar como Jackson havia se tornado uma vítima de quase todos ao seu redor, para alegar que famílias como a dos Arvizos, de quem Michael era amigo, sempre viravam dissimuladas. A defesa argumentava que eram poucas as pessoas em quem o pop star podia realmente confiar, insistindo que a maioria daqueles que ganharam sua confiança outrora só queria o dinheiro ou um pouco da fama de Jackson.
Quando começou seu discurso de abertura, Tom Sneddon fez de tudo para apresentar Michael como um pedófilo que orquestrara uma elaborada conspiração, usando astutamente a sua fama para conquistar o amigo, Gavin Arvizo, em Neverland, onde Jackson supostamente ofereceu álcool – sob o nome de “suco de Jesus” ao garoto de 13 anos a fim de molestá-lo.
O experiente promotor ainda contou que Michael conheceu Gavin Arvizo em 2000, quando o menino sofria de um agressivo câncer, dizendo aos jurados que foi durante a primeira visita de Gavin à Neverland que Michael Jackson mostrou pela primeira vez imagens pornográficas de mulheres ao garoto – que tinha 10 anos, na época – e a seu irmão mais novo, Star Arvizo. Sneddon afirmou que nada de sexual ocorreu nesta primeira visita, mas o promotor estava tentando mostrar que existiu um padrão de “aliciamento”.
Tom Sneddon mostrou gráfica e detalhadamente os supostos atos de abuso sexual, fazendo com que alguns dos jurados parecessem desconfortáveis. Algumas pessoas lançaram um olhar de desaprovação a Jackson quando o promotor disse que o cantor mostrou aos meninos Arvizos sites de conteúdo adulto.
Entre outras coisas, Jackson foi acusado de fazer na frente dos garotos: uma simulação de sexo com um manequim infantil, saindo nu do banheiro e dizendo a eles para não terem medo de nudez porque “é natural”.
Em pé no pódio, em frente ao júri, Sneddon deu claramente a sua opinião sobre Michael: “Ao invés de ler Peter Pan, Jackson está mostrando a eles revistas de conteúdo sexual. Ao invés de biscoitos e leite, você pode substituir por vinho, vodka e uísque”.
Como o promotor começou a apresentar sua teoria sobre uma suposta conspiração, o tribunal ouviu gritos em resposta vindos por trás do microfone do pódio. Sneddon parecia jogado fora do curso por um momento, mas passou a descrever uma teoria de conspiração bem elaborada, a qual ele mesmo admitiu ser “difícil de seguir”.
Sneddon disse aos jurados que o documentário do jornalista Martin Bashir, no qual Gavin foi mostrado com Michael Jackson enquanto o Rei do Pop falava sobre compartilhar a cama com ele e o irmão, criou uma “tempestade” que ameaçava a carreira do cantor, fazendo com que Jackson arquitetasse uma conspiração para sequestrar e extorquir a família Arvizo.
“O mundo de Michael Jackson foi abalado. Não pelo abalado no sentido musical, mas que bombou no sentido da vida real”, insistiu Sneddon.
O promotor afirmou ainda que Living With Michael Jackson levou Michael e seus “colegas de trabalho” a conspirarem para prender Gavin e sua família no rancho Neverland, assegurando que Jackson tentou forçar o clã Arvizo a fazer um vídeo para o documentário-resposta como um rebate ao de Bashir.
De acordo com Sneddon, a conspiração implicava em levar os Arvizos para Miami, onde supostamente uma conferência de imprensa seria feita – o que nunca aconteceu -, e também em obrigar a mãe de Gavin a assinar uma folha de papel em branco que mais tarde seria usada por Jackson num termo civil contra a Granada TV – a rede que produziu o documentário de Bashir. (O processo contra a Granada TV teria sido resolvido algum tempo após o término do julgamento criminal). Além disso, o promotor disse aos jurados que um dos companheiros de Michael tinha pegado Gavin e Star Arvizo na escola, supostamente planejando mandar as crianças junto com sua mãe para o Brasil.
Mesmo a teoria soando imensamente maluca, o que se destacou como a parte mais bizarra da alegação foi a linha que Sneddon apresentou sobre o momento do alegado abuso. O promotor afirmou que Gavin e Star Arvizo disseram que os supostos atos de abuso ocorreram depois de o documentário de Bashir ter ido ao ar, após a viagem para Miami e também após a gravação do documentário-resposta ter sido filmada para a Fox. Em outras palavras, os Arvizos estavam acusando Jackson de realizar atos obscenos com uma criança não no momento em que Bashir gravava o seu documentário em 2002, mas sim de agir de forma inadequada em 2003, semanas após Living With Michael Jackson ter sido exibido, no período em que Michael e seu pessoal lançavam uma campanha para combater a visão distorcida que Bashir havia apresentado sobre o Rei do Pop.
Parecia estranho.
Tom Mesereau, no início de seu discurso de abertura, atacou duramente a teoria de Sneddon, dizendo aos jurados: “Essas acusações são fictícias. Elas são falsas, nunca aconteceram”.
Como Mesereau avisou, ele assumiu o controle no tribunal, prometendo que provaria que todas aquelas alegações contra Michael eram falsas e que a mãe do menino já havia inventado outras acusações semelhantes várias vezes. O advogado de defesa ainda disse ao júri que Janet “Jackson” Arvizo, além de alegar anteriormente ter sido abusada sexualmente num processo contra a loja JC Penney, também recebia cheques da Previdência Social de forma ilegal e não havia mencionado as grandes somas de dinheiro doado para as despesas médicas de seu filho.
Todos ficaram de sobrancelhas levantadas quando Mesereau afirmou aos jurados que Janet Arvizo tinha solicitado doações de celebridades como Adam Sandler, Mike Tyson e Jim Carrey, sabendo o tempo todo que o seguro de seu ex-marido pagaria o tratamento completo de Gavin. O advogado de defesa detalhava o estranho encontro que o clã Arvizo tivera com Chris Tucker, Jay Leno e George Lopez, prometendo produzir testemunhos que mostrariam como Michael Jackson se tornara o alvo principal dos Arvizos.
“Vamos provar a vocês que as celebridades mais conhecidas são as mais vulneráveis. Michael Jackson se tornou a marca”, disse Mesereau aos jurados, “As alegações de abuso sexual começaram a se formar depois que os Arvizos viram que era impossível ganhar dinheiro em cima dos documentários de Martin Bashir e o de refutação que eles fizeram em louvor de Jackson”.
Mesereau também prometeu ao júri que eles iriam ouvir Michael Jackson por ele mesmo, insinuando que o pop star poderia assumir o posto a fim de provar a falsidade criada pelo documentário de Bashir.
“Bashir quis ser escandaloso e queria, principalmente, ficar rico”, falou Mesereau aos jurados, alegando que mostraria partes da entrevista de Jackson não mostradas no documentário pelo jornalista britânico, as quais poderiam limpar o nome e a imagem do cantor.
“Neverland não é um paraíso de atividades criminais, muito menos uma isca feita para se cometer abuso sexual, como foi caracterizada pela acusação. É um lugar como a Disneylândia”, o advogado insistiu, “É um lugar para crianças carentes e doentes terem um dia de diversão”.

Mesereau explicou que, a pedido de sua mãe, Gavin, Star e Davellin Arvizo tinham ali visto um novo pai, Michael Jackson, como o homem que transformaria seus sonhos em realidade. Tom Mesereau apontou que a família foi passar férias no rancho, desfrutando de roupas novas, presentes e todas as despesas pagas por Michael. O advogado insinuou que os Arvizos não queriam perder seu bilhete premiado. “Como uma forma de se manterem presentes na vida de Michael…”, Mesereau disse aos jurados, “… as crianças Arvizo o chamavam de „papai Michael‟”.
Em sua primeira viagem à Neverland, o irmão de Gavin, Star, escrevera uma nota agradecendo à Michael pelo “tempo de uma vida”. Davellin, a irmã mais velha do acusador, havia escrito uma carta, dizendo: “Você ajudou muito o meu irmão. Sem você, eu não sei onde estaríamos. Você é tão carinhoso e amoroso. Eu te amo com todo o meu coração”.
Como Mesereau falou, os jurados descobriram que Michael tinha dado à família Arvizo um carro, um computador e vários outros presentes com a intenção de tornar um pouco mais fácil a vida deles. Além de o fato de o cantor ter permitido que as crianças Arvizo visitassem Neverland em ocasiões em que Michael se encontrava longe do rancho – qualquer coisa para pôr um sorriso no rosto do jovem Gavin. Michael tinha esperanças de que era capaz de ajudá-lo a se curar.
Entre outras coisas, o júri soube que, durante anos, Michael, junto com outras celebridades, tentou ajudar a família Arvizo mantendo unidades de sangue, organizando eventos beneficentes, fazendo tudo possível para curar Gavin de um tipo misterioso de câncer. Mais do que qualquer outro artista que tentaram ajudar o clã Arvizo, Michael Jackson abriu sua casa e seu coração a esta família num momento crítico de suas vidas. Para esta família de carentes crianças latino-americanas, o pop star tornou-se uma salvação.

continua...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...